História da Cidade

O início da nossa cidade

Há ouro no Mato Grosso
No século XVIII, a província de São Paulo dividia-se em duas regiões. A margem esquerda do rio Piracicaba, ao sul do Estado, uma região agrícola e povoada; e com a descoberta das minas de ouro em Cuiabá, Mato Grosso, no início do mesmo século, começou a ocupação das terras na margem direita do rio, ou seja: a região norte, tida como um grande sertão.

A distância contribuiu para que esta região ficasse por um longo tempo isolada e habitada somente por índios. Mas, como ela era o caminho às minas de ouro da região central do país, despertou-na o interesse de aventureiros. Os primeiros contatos entre “brancos” e índios não foram documentados. O reconhecimento de grupos indígenas que ocuparam a região é bastante obscuro.

Existem afirmações de que o povoamento da região ocorreu de forma violenta. Segundo tese defendida pelo sociólogo, Florestan Fernandes, há três hipóteses com relação à reação do índio diante da invasão branca: primeiro, preservando a autonomia tribal por meios violentos, expulsando o branco; segundo, passivamente tornando-se “aliado” ou “escravo”; e, terceiro, em defesa da autonomia tribal o índio teria se deslocado para áreas onde o branco não pudesse exercer um domínio efetivo.

Ao que tudo indica, sendo a região muito pobre, a segunda hipótese é a mais provável devido ao tipo de economia que havia: plantações de feijão, de mandioca e de milho; utilização do mel, da cera e outros. Então, a dominação do branco imposta pela violência elimina qualquer possibilidade de uma colonização passiva.

Final do século 18, os primeiros habitantes

Até meado do século XX, a história de Américo Brasiliense confundia-se com a de Araraquara. Em 1790 chega à região Pedro José Neto. Da freguesia de Piedade da Borba do Campo, atual Barbacena, Minas Gerais, onde se casou e morou por vários anos, Pedro muda para a Vila de Itu, em 1780. Austero tornou-se Capitão-mor da vila. Adquiriu diversos inimigos pelo seu jeito intolerável de governar. Em 1790, na agitada política local, acabou agredindo um de seus adversários durante uma discussão. Foi processado e condenado. Conseguiu fugir para os sertões de Araraquara.

Primeiro homem a chegar na região foi dono das sesmarias que originaram o povoado de Américo Brasiliense – Rancho Queimado e Cruzes – e também, das sesmarias de Ouro, Lajeado, Cambuhy, Monte Alegre e Bonfim.

Os aventureiros e mineradores foram se estabelecendo na região. A pobreza os deixou desiludidos, bem como as dificuldades de ligação com as minas de ouro do Mato Grosso. A região quase ficou a esmo .

Livre de cuidados e interesses de autoridades competentes, os sertões de Araraquara passou a ter como principal características à atração de refugiados políticos e pessoas perseguidas pela polícia. Este fato foi deduzido pelos constantes pedidos de proteção policial feitos pelos primeiros moradores que aqui se estabeleceram.

Afastada dos grandes centros povoados e desenvolvidos, a região viveu de uma economia de subsistência e um pastoreio insignificante. As zonas povoadas mais próximas faziam trocas de produtos e compras de gados.

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As primeiras famílias do povoado

Germano Xavier Mendonça
Germano Xavier Mendonça

Com a criação da freguesia São Bento de Araraquara, em 1817, originária na sesmaria do Ouro, entre 1830 e 1860 houve a expansão do pastoreio em direção aos rios Grande e Moji-Guaçu. Daí iniciou-se a lavoura de cana. Com um número grande de imigrantes chegando à região houve vários conflitos por terras.

Os foragidos e aventureiros que aqui chegaram – com a ausência da lei e a tensão e a defesa da terra, levou muitos sesmeiros a fazer a sua própria justiça. Por outro lado, era necessário evitar a saída de mão-de-obra, valorizada pela alta da cana, para não haver prejuízo e atraso no desenvolvimento agrícola.

Foi nessa euforia que, em 1854, chegaram as primeiras famílias no povoado: a família de Germano Xavier de Mendonça, seguidas pela Martimiano de Oliveira, se estabelecendo nas sesmarias de Rancho Queimado e de Cruzes, respectivamente. Mais tarde, as famílias de Manoel Antonio Borba e do coronel Américo de Toledo Pizza.

O nome ao povoado de Américo Brasiliense foi dado por Manoel Antonio Borba, homenageando seu amigo republicano, Américo Brasiliense de Almeida e Mello.

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Américo Brasiliense: um governo em transição

Américo Brasiliense de Almeida e Melo
Américo Brasiliense de Almeida e Melo

Nascido em Sorocaba, São Paulo, em 08 de agosto de 1833 e faleceu no Rio de Janeiro, no antigo Estado da Guanabara, em 25 de março de 1896.

Após formar-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1855, defendeu tese em doutorado em 1860. Seguiu para Sorocaba, onde exerceu advocacia e iniciou sua carreira política. Foi vereador em São Paulo, deputado provincial e geral, presidente da Paraíba (1866), do Rio de Janeiro (em 1868), e de São Paulo (em 1891, já no regime republicano), ministro do Supremo Tribunal Federal. Recusou o Ministério da Fazenda e exerceu pleno poder em Lisboa. Ajudou a elaborar a primeira Constituição brasileira, em 1891. Viveu todo o período da história brasileira que relata a passagem do sistema monárquico para o republicano. Com vários amigos, fundou a Loja América – pertencente à maçonaria e fórum de propaganda republicana e abolicionista. Escreveu várias teses acadêmicas.

Já no regime republicano, quando era governador do Estado de São Paulo, fez um governo divergente. O jornal anarquista “O Estado de S. Paulo”, fazia oposição ferrenha à Américo Brasiliense. Num dos artigos publicados no dia 15 de dezembro de 1891, o jornal ataca severamente o governador. Era um período que viria retratar, mais tarde, as manifestações políticas e culturais que influenciaram o Brasil.

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A revolução

Como tínhamos noticiado no nosso ultimo número, rebentou a revolução legalista em muitos municípios do Estado de S. Paulo. As populações sublevadas depõem as intendências officiais do governo criminoso do Dr. Américo e declaram-se em revolta permanente até que esse traidor de S. Paulo limpe o palacio de sua presença.

O Sr.º Americo Brasiliense não quiz sair do governo somente manchado de lama: quis sair tambem manchado de sangue.

Nem ao menos lhe aproveitou o eloquente exemplo do governador do Estado do Rio de Janeiro que, cheio de arrogancia e enchendo Nicteroy de batalhões e de bravatas, teve afinal de sair apupado pela opinião do brioso e heróico povo fluminense! (…)

Não se aniquilla por uma ação de idiota toda a história de um estado como o nosso. O Sr.º Americo Brasiliense foi deposto de fato pela opinião manifestada de grande parte dos municipios de S. Paulo. (…).

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Américo Brasiliense

O Drº. Americo Brasiliense de Almeida e Mello, que até ontem foi presidente do Estado de S. Paulo, fugiu hoje pela manhã do palacio do presidencia, deixando um officio ao Major Castello Branco, em que declarava entregar-lhe o governo, por se ele o inspector geral dos corpos da polícia do estado.

Invasão

Hoje, o povo, indignado com as selvagerias praticadas contra o “Correio” reuniu-se em frente à federação e, apesar dos exforços do Drº. Bueno de Andrada, invadiram as officinas daquela folha e empastelou-se.

Enterro

O Drº. Cerqueira Cezar, presidente do estado, acompanhará hoje o enterro do infeliz operario Biattener, vítima do tiroteio em frente ao escritório do “Correio Paulistano”.

(Texto extraído na íntegra do jornal “O Estado de São Paulo”, 15 de dezembro de 1891, p. 10)

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Família Xavier de Mendonça e o julgamento dos Britos

Talvez essa tenha sido a principal família, da segunda metade do século 19, no povoado. A sua influência em toda a região são marcadas por uma fase de poder e domínio. Donos das terras que originaram os povoados de Américo Brasiliense, a família de Germano Xavier de Mendonça marcou sua história também na política.

Nascido em 11 de abril de 1811, em São João Del Rei, Minas Gerais, Germano casou-se com Luciana Maria Machado, em 1839, em Pouso Alegre, também naquele Estado. Muda-se para Brotas, São Paulo, em 1845. Depois de nove anos, em 1854, compra a sesmaria de Rancho Queimado, de Veridiana Duarte Novaes, freira do Convento de Itu. Morou ainda na fazenda Anhumas. Exerceu cargo de vereador na Câmara Municipal, entre 1861 e 1864. Morre em 4 de dezembro de 1878. Deixa os seguintes filhos: Honória de Mendonça Arruda, Clementino Xavier de Mendonça, Lucrecia Xavier Borba, José Xavier de Mendonça, Maria José de Mendonça Leite e Germano Xavier de Mendonça.

Apesar da morte do principal homem do clã, a família deixou herdeiros. Entre eles, Germano o filho. Ele foi um dos principais articuladores do julgamento do famoso caso dos Britos, ocorrido em Araraquara, no final do século 19.

Grupo Escolar em 1910
Grupo Escolar em 1910

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O progresso e a miséria no povoado

Depois de quase 40 anos da chegada das primeiras famílias ao povoado, vem a ferrovia. Em 1892, foi um grande marco para a economia local. O principal meio de transporte, construído em sua grande parte pelos “barões do café”, integra a economia do povoado com as demais regiões do Estado.

A fazenda Etrúria, de propriedade de Vicente Puchanti, produzia frutas para exportação. Ao lado do café, os produtos hortifrutigranjeiros era uma das principais economia. Embora, com problemas de saneamento básico, o povoado caminhava para a “bela época”. Em 1895, com a notícia de que a epidemia de febre amarela havia atingido a Araraquara, estabeleceu-se um pânico generalizado à população vizinha, que começou a se refugiar nas fazendas e povoados próximos.

Nesse período parte considerável da população deslocou-se para Américo Brasiliense, inclusive os órgãos administrativos. Da comarca até câmara e cartórios. Nesse período, foram construídos casas, bancos, cartórios, escritórios de advocacias, empresa telefônica e casas comerciais.

Substação de Trem em 1910
Substação de Trem em 1910

A transferência da Comarca foi homologada em 07 de novembro de 1895, pelo governador do Estado, Bernardino de Campos. Somente em julho do ano seguinte a comarca retornaria para Araraquara. Apesar de toda essa euforia, segundo relatos feitos pela Secretaria do Interior ao governador do Estado, em 15 de março de 1897, conforme menciona o livro “Poder Local na República Velha”, e Rodolpho Tellarolli, a situação sanitária do povoado era caótica:

“cercado como está, de grande quantidade de lixo, será inevitavelmente assaltada que por febres paludosas, quer por outras quaisquer, logo que as matérias líquidas e sólidas que existem em abundância encontrem nas condições cósmicas o fator indispensável a sua evaporação e a sua decomposição pútrida”.

Em 1897, a política da região encontrava-se a flor da pele. O linchamento de Rosendo de Brito e o seu tio Manoel, ocorrido na missa de sétimo dia da morte de Antônio Joaquim da Carvalho, alardeou a vida pública de Araraquara para toda o Brasil. Um crime que ainda deixa marcas na história.

 

Estação de trem em 1950
Estação de trem em 1950

Com o boato de uma possível epidemia de febre amarela, toda a Comarca de Araraquara foi transferida novamente para Américo Brasiliense, em meados de 1897. A transferência tinha como propósito, segundo a imprensa da época, de facilitar a absolvição dos réus. Foi nesse “pesadelo” que a Fazenda Paraíso começa a ser uma das principais atenções do caso. O seu dono, Germano Xavier de Mendonça, o braço direito da família Carvalho, que representava o triunfo inestimável para a defesa dos réus, hospedou ali todo júri do caso.

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A bela época no início de século 20

Em 1914, designado como Distrito Policial, Américo Brasiliense tinha 90 casas, duas escolas, ruas alinhadas e arborizadas, luz elétrica e água encanada. Havia também farmácia, relojoaria, hotéis e restaurantes, padaria, cervejaria, barbearia, alfaiataria, armeiro, sapataria, celaria, ferrarias, açougues, fábrica de sanfona e de cadeiras, casa lotérica, casa de máquina de moer café e arroz, vários armazéns de secos e molhados, casa de louças e tecidos, médicos e dentistas.

As três principais ruas do distrito eram a avenida da Saudade, hoje Tereza Marsili; a Manoel Borba; e a rua Botafogo, hoje Nove de Julho. Esta última rua era o lugar onde os trabalhadores se encontravam nos finais de tarde para o tradicional bate-papo, acompanhado por bebidas alcoólica, que em algumas vezes se desentendiam entre si.

 

Rua 9 de julho em 1910
Rua 9 de julho em 1910

 

Luís Dosualdo, recém-chegado ao povoado, construiu na rua Nove de Julho um moinho de fubá e uma casa de conserto de armas de fogo. Não demorou muito para o moinho se transformar numa das maiores fábricas da região, empregando mais de 80 pessoas. Ainda nessa época, a grande maioria dos moradores do povoado residiam nas fazendas e sítios das proximidades. Impulsionado pelo cafeicultura e a expansão do transporte ferroviário, muitos imigrantes ainda continuavam à chegar, principalmente italianos.

Em 1921, imigrantes italianos fundaram o Americano, time de futebol mais antigo da região. O campo de futebol ficava entre o velho prédio da atual Metalúrgica Brasiliense e do Fórum. As origens da cores do time foi inspirada nas cores da bandeira italiana. Jogadores como José Galli (centroavante), Carlos Bortolli, Victor Zilioli e outros fizeram parte da primeira equipe.

Em 20 de novembro de 1922, Américo Brasiliense se transforma em Distrito de Paz de Araraquara, de acordo com a lei 1878, no então governo de Washington Luiz P. de Souza, governador do Estado.

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O Theatro Apollo

Theatro Apollo
Theatro Apollo

A grande arte que simbolizou o século 20, o cinema chegou em Américo Brasiliense no período conhecido como a “bela época”, influenciado no movimento francês belle époque. O Theatro Apollo, de Arthur Marsili, construído ao lado do grupo escolar, no modesto restaurante do Bepe (apelido do idealizador do teatro cujo nome não foi encontrado), era ponto de encontro de famílias, de namorados e da juventude. O primeiro filme a ser exibido foi A Deusa do Sertão, em 1926. A pianola (um modelo de piano tocado automaticamente, por meio de um aparelho, para acompanhamento musical dos filmes “mudos” ) era manipulada por Carlos Abi-Jaudi (Carlitão, como era conhecido) e Américo Roncalli(conhecido como Ameriquim), mais tarde,  foi dono do Cine São José, ao lado da praça Pedro de Toledo.

A queda da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, pôs fim a esta época. A crise cafeeira atingiu o país. As fazendas transformaram-se em pastagens. Muitas famílias imigraram para outras regiões. Nos anos seguintes, uma nova cultura iria prevalecer na região: a cana-de-açúcar.

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Da cana-de-açúcar à emancipação

Com a crise do café, Algo precisava ser feito para garantir a continuidade histórica de Américo Brasiliense. Assim, através da família Pavan, em 1947, instala-se no município uma usina de açúcar na Fazenda Santa Cruz.

Usina Santa Cruz
Usina Santa Cruz

Esta Usina, sem dúvida, foi a grande responsável pela continuidade histórica de Américo e por sua expansão territorial urbana, a qual em decorrência da atividade desenvolvida propiciou ao nosso município o titulo de “Cidade Doçura”. Até hoje na nossa cidade predomina a atividade canavieira, esta como principal sustentação econômica.

Com a construção do Hospital Sanatório “Nestor Goulart Reis”, em 1950, no então governo de Adhemar de Barros, o distrito começa a delinear a sua independência.

O crescimento é significativo e começa um novo ciclo de imigração. Atraídos pelo grande desenvolvimento econômico do interior do Estado, com a cana-de-açúcar, muitos imigrantes de outras regiões do país chegam à região. No final de década de 50 começa a desencadear os rumores de autonomia política e administrativa do distrito.

Apenas algumas famílias eram contrárias a independência do distrito. Com uma economia sustentável, o processo era irreversível e ganhava força com as autonomias conseguidas pelas cidades vizinhas de Rincão e Santa Lúcia.

Depois de muitas reuniões com autoridades e algumas lideranças, o movimento criou força e em 1963 foi realizado o plebiscito entre os moradores. A vitória do “sim” foi quase unânime. Em 1964, dois candidatos a prefeito concorrem as primeiras eleições. Antônio Pavan e Elias Leme da Costa vencem a primeira eleição de Américo Brasiliense derrotando José Galli e Antônio Furlan. Começa então uma nova era na história do recém-município.

Durante a campanha das primeiras eleições municipais, o candidato à vereador pelo MDB (partido conhecido como ManDa Brasa), Júlio de Arruda, citou durante um dos comícios a denominação “Cidade Doçura”. Até hoje, este termo identifica a cidade.

No prédio onde funcionava o Grupo Escolar “João Baptista Pereira de Almeida”, passara a ser sede da Prefeitura e da Câmara.

Emancipação político-administrativa

No início da década de 60 os políticos da época lutavam pela emancipação político – administrativa do município, nomes como o de Caetano Nigro, Paulo Abi-Jaudi, Salvador Carmen Romania, secundo Della Rovere, João Alves Carneiro, João Onofre, Aroldo Bombo, Antonio Pavan, Novenio Pavan, Benedito Nicolau de Marino e demais.

Através do deputado Federal PACHECO CHAVES, foi encaminhado à Assembléia Legislativa Estadual toda documentação necessária a realização do plebiscito, que teve aprovação unanime da população, hoje ameriliense.

Para a realização do plebiscito as secções de votação foram divididas em três.

Mesas do Plebiscito

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Secção A - Membros: Antonio Furlan, Carlos Abi Jaudi, Edson e Carlos Bortoli Filho Secção B - Membros: Geraldo Furlan, Flavio Barbieri, Homero Nigro , Aroldo Furquim e Ítalo Della Rovere
Secção A – Membros: Antonio Furlan, Carlos Abi Jaudi, Edson e Carlos Bortoli Filho Secção B – Membros: Geraldo Furlan, Flavio Barbieri, Homero Nigro , Aroldo Furquim e Ítalo Della Rovere

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Secção C - Membros: Marcos Giroto, Mario Dosualdo, Percio Gabriel e Secondo Della Rovere
Secção C – Membros: Marcos Giroto, Mario Dosualdo, Percio Gabriel e Secondo Della Rovere

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*Seções coordenadas por Célia Della Rovere designado pelo juiz eleitoral.

Confirmação do Plebiscito

Após a confirmação (em 1963) de que o distrito se tornaria município, a população saiu as ruas para comemoração de um dos marcos de maior relevância na vida desta cidade.

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Em 21 de março de 1965, foi instalado, sob a presidência do Senhor Doutor Francisco Loffredo Junior, Meritíssimo Juiz de Direito da 1ª Vara e Diretor do Forum da Comarca de Araraquara, o municípío de Américo Brasiliense. com o seguinte discurso:

“Na forma da lei e de acordo com o rito previsto, tendo em ira a salvaguarda jurídica dos intêresses do Povo, o resguardo da tradição histórica da Nação e a solidariedade que deve unir todos os brasileiros em tôrno dos ideais superiores de uma Pátria una e universal, bem organizada para defender-se, culta e progressista para fazer a felicidade dos seus filhos, eu Francisco Loffredo Júnior, Juiz de Direito da 1.º Vara e Diretor do Fórum da Comarca de Araraquara, `a qual pertence o Distrito hoje Município de Américo Brasiliense no uso pleno das atribuições e da autoridade que me conferem as Leis da República e do Estado de São Paulo, em nome do Governo do Estado, declaro e proclama instalado, para todos os fins e efeitos, no quadro territorial desta unidade da Federação Brasileira, segundo o disposto nas Leis Estaduais números 8050 e 8092, respectivamente, de 31 de dezembro de 1963 e 28 de fevereiro de 1964, o Município de Américo Brasiliense que tem por sede esta localidade e que ora, ainda por este ato, recebe os Foros da cidade. Assim fique registrado na história da Pátria e do Estado, para conhecimento de todos os brasileiros e de todos os Paulistas e perpétua lembrança das gerações vindouras”.

(Discurso retirado da ata da sessão solene da instalação do município de Américo Brasiliense na Comarca de Araraquara)

Depois da instalação, Antônio Pavan e Elias Leme da Costa tomaram posses, como também os vereadores Antônio Barbieri, Benedicto Nicolau de Marino, Carlos Abi-Jaudi, Emygdio Storani, José Paulino, Luís Franciscatto, Salvador Carmen Romania e Secondo Della Rovere.

Em 22 de agosto de 1967, morre Elias Leme da Costa. Em 08 de janeiro de 1969, os vereadores Emygdio Storani e José Paulino são depostos por falta.

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Americano – uma história e grandes conquistas

Em 1959, a vibrante atuação da Ferroviária no Campeonato Paulista, levou muitos torcedores de outros times a inclinarem-se por ela. Em São Paulo, um movimento liderado por Ignácio de Loyola Brandão, então já com prestígio nas áreas jornalísticas e intelectuais, converteu gente como o poeta Guilherme de Almeida à torcida da Ferroviária. Muitos, entretanto, desconheciam o fato de que, nos anos 20, uma equipe araraquarense, o Americano já fazia parte da história do futebol brasileiro. O Americano foi o primeiro time de futebol de Araraquara. Entre seus jogadores, um deles estava destinado a fazer uma justa, mas brilhante

carreira no futebol, Luiz Bento Palamone. Mais tarde, médico, também famoso, Palamone chegou a integrar a seleção brasileira.

Outro célebre defensor do Americano foi o goleiro Vico, filho de José Reusing, dono do antigo Hotel D’Oeste e primeiro arrendatário do Hotel Municipal. Vico morreu numa noite de carnaval, atingido por um tiro acidental, quando divertia-se com os amigos. Contava-se que suas últimas palavras foram estas: “Adeus, meus amigos”.

(Texto exposto na Casa da Cultura, de Araraquara, com tema “Memória de Araraquara” )

Americano Futebol Clube
Americano Futebol Clube

 

No dia 14 de agosto de 1953, conforme a Ata da Sessão, reuniram-se diretores da Associação Ferroviária de Esportes e Americano Futebol Clube, à rua Nove de Julho, no prédio do Cine São José para finalizar a fusão entre as duas agremiações. O presidente do Americano Elias Leme da Costa juntamente com os diretores José Camargo de Toledo Piza, Vito Barbieri, Caetano Nigro Sobrinho, Francisco Neves, Joaquim Justo e Carlos Abi-Jaudi, estavam presentes. Conforme alguns trechos retirados da Ata, ficou determinado o seguinte:

1.ª – A “Associação Ferroviária de Esportes” dará o seu nome ao novo clube surgido da fusão, desaparecendo, conseqüentemente, o do “Americano Futebol Clube”;

2.ª – A “Associação Ferroviária de Esportes”, resultante da fusão de que trata a cláusula primeira, assumirá todo o ativo e o passivo das agremiações que desapareceram;

3.ª – Até que, em assembléia geral, sejam aprovados os estatutos da nova agremiação, esta se regerá pelos estatutos da atual “Associação Ferroviária de Esportes”;

Continuando:

Procedida a votação nominal, responderam “sim” a todos os cinco itens lidos todos os presentes.

Declarou, então o Sr. Presidente que estava, de pleno direito e para os efeitos, unanimemente aprovada a fusão entre a Associação Ferroviária de Esportes e o Americano Futebol Clube, resultando dessa fusão a agremiação denominada “Associação Ferroviária de Esportes”, que continuará com o todo o acervo e os direitos legais das associações ora extintas, principalmente aquele do Americano F.C., inscrito na Federação Paulista de Futebol desde 1.943, de disputar o campeonato da 2.ª Divisão de profissionais, pois é certo que o Americano F.C., com a presente fusão, transfere à nova agremiação esse direito.

Ato contínuo, e sob uma salva de palmas, foram empossados os membros da Diretoria provisória da “Associação Ferroviária de Esportes”.

Em 1954, renasce o Americano

Depois de quatro meses da fusão com a Ferroviária, alguns esportistas de Américo Brasiliense se reuniram novamente, no salão do Cine São José, para fundar uma nova associação de esportes em substituição Americano Futebol Clube.

Ao iniciar a reunião, em 05 de janeiro de 1954, Elias Leme da Costa, que foi indicado por Benedito Nicolau de Marino e com o apoio de todos os presentes presidiu a sessão.

O primeiro item colocado em pauta foi a denominação do clube. Segundo Elias Leme para alguns credenciados da Liga Araraquarense de Futebol (LAF), não havia nenhum impedimento para que o nome do extinto Americano fosse também o nome dessa nova agremiação.

Em seguida formou-se duas comissões: uma para elaboração do Estatuto Social, composta por Joaquim Justo, Vito Barbieri, Francisco Neves, Miguel Ângelo Imbriani e Antônio Barbieri; e outra para dirigir provisoriamente composta por Elias Leme da Costa, presidente, e Vito Barbieri, secretário.

Estavam presentes nessa reunião além dos membros das comissões mencionadas acima, os Srs.: Tércio Della Rovere, José de Camargo Toledo Piza, Dorival Barbieri, Bazílio Quadrado, Geraldo Furlan, Salvador Romania, Jurandyr Bortollo, Antônio Pavan, Caetano Treve, Carlos Bortolli Filho, Erne Della Rovere, Bento Vieira, Luiz Rosa de Lima, Carlos Della Rovere, Evaristo Zen, Luiz Romania, Francisco Amaral, Ítalo Della Rovere, José Romania, José Roncalli, Augusto de Souza, Carlos Abi-Jaudi, Ernesto Tavares Carrilo, Achille Bortolli, Mário Coelho da Silva, Paschoal Antônio Nocce, Paulo Abi-Jaudi, Segundo Della Rovere, Rubens B. Leme Costa, João B. M. Ferraz, Rafael Festa, João Alves Carneiro, Antônio Cammarozano, Marcos Ginotti, Constantino Lahz e Deolindo Gibotti.

Desta data até os anos 90, o Americano deu muitas alegrias para a cidade. Importantes conquistas como os vários regionais amadores e, principalmente, o terceiro lugar na Copa Arizona, realizada em 1974, com mais de mil equipes de São Paulo e Paraná.

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Uma cidade próspera e promissora

Depois de conquistar a autonomia política, Américo Brasiliense cresceu significativamente em todos os setores sociais. Com uma população estagnada até início da década de 80, girando em torno de 12 mil moradores, em 20 anos sua população mais que dobrou. Hoje, são quase 35 mil moradores (senso 2010).

A área de educação o índice de analfabetismo é quase que zero. Todas as escolas estão informatizadas. Todas as crianças são atendidas em creches do município. Na saúde foi construído recentemente uma unidade de saúde para atender toda a comunidade. Toda população é atendida com rede de água e esgoto. As vias do município são de fácil acesso.

Depois de ter passado por uma crise econômica, afetando vários setores de sua economia, em meados da década de 90, hoje o município se recupera e é um dos mais promissores de nossa região.

Américo Brasiliense de Almeida Melo (*1833 †1896) – político brasileiro

Américo Brasiliense de Almeida e Melo
Américo Brasiliense de Almeida e Melo

Américo Brasiliense de Almeida e Melo nasceu em Sorocaba/SP, a 8 de agosto de 1833 e morreu no Rio de Janeiro, Guanabara em 25 de março de 1896. político, jurisconsulto e escritor brasileiro. Abolicionista e republicano. Um dos fundadores da Loja América (organização similar à Maçonaria).

Diplomado em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1855, recebeu o grau de doutor em 1860. Exerceu a advocacia por algum tempo e desempenhou as funções de juiz municipal e de órfãos, em Itapeva. Engressou no Partido Republicano, deixando de lado sua tendência conservadora. Deputado provincial várias vezes, foi nomeado presidente da Paraíba, permanecendo no cargo de 4 de novembro de 1866 até 31 de outubro de 1867. nesse mesmo ano assumiu uma cadeira na Assembléia Geral. A 10 de março de 1968 assumiu o Governo do Rio de Janeiro, mantendo-se durante 4 meses no posto. Com Luis da Gama, Américo de Campos e outros fundou a Loja América, cuja orientação de certa forma, tinha por base princípios maçônicos. O objetivo dessa entidade estava voltado inteiramente à campanha abolicionista e à divulgação dos ideais republicanos. A partir de 1888 passou a lecionar na Faculdade de Direito de São Paulo. Proclamada a República, teve participação na comissão encarregada de elaborar o projeto da nova constituição. No período de 1891-1892 governou São Paulo. Em 1891 recusou convite para ocupar o Ministério da Fazenda. Em 1894 foi nomeado ministro do Supremo Tribunal. Sua obra versa principalmente, sobre assuntos jurídicos, políticos e históricos: “Os Programas dos Partidos e o Segundo Império”; “Elogios aos Paulistas”; “Exposição de História Pátria”; “Lições de História Pátria”; “Jornal de Terentilho Arsa”.

Biografia: DBU – Dicionário Biográfico Universal Três – Volume I – Pág. 63

Homenagem
A denominação da cidade de Américo Brasiliense foi idealizada pelo Sr.º Manoel Antonio Borba, que na ocasião fez a indicação que foi levada através de um deputado a apreciação da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que aprovou por unanimidade.

DADOS IMPORTANTES

Américo Brasiliense está localizada numa região estratégica, de fácil escoamento de produtos, próxima a
grandes centros como Araraquara (7km), São Carlos(57km), Ribeirão Preto (80km), São José do
Rio Preto (180km) e da Capital (260km).

Possuí área territorial de 123,429 km², localiza-se na região central do
Estado de São Paulo, fazendo divisa com Araraquara, São Carlos e Santa Lúcia.
O nosso clima é subtropical, com temperaturas médias anuais de 22°C, nossa cidade é uma das
cidades mais ricas em minas de água do estado de São Paulo; no total são 25 nascentes.
Estamos situados no Planalto Ocidental Paulista, desfrutando de uma suave topografia, com
altitudes médias em torno de 700 metros, permitindo um fácil escoamento das águas pluviais.

Em Américo Brasiliense estão instalados importantes expoentes de saúde, como o Hospital Estadual de Américo
Brasiliense (HEAB) que atende pacientes de toda a micro-região de Araraquara e também a
Fábrica de Remédios do Governo do Estado (Furp), que exportará medicamentos para outros
países, evidenciando o nome da cidade internacionalmente.

 

 

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